O ex-vice-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, e sua mulher, Andréia, tiveram que contar com a ajuda de amigos que se cotizaram para pagar a fiança de R$ 30 mil e assim garantir a liberdade condicional do casal, que ficou 42 dias preso em Campo Grande. No entanto, o alvará de soltura foi expedido só depois de estabelecidas as condições: Gilmar e Andréia tiveram que colocar tornozeleiras eletrônicas, para que possam ser rastreados, além da proibição de ausentar-se da cidade e entregar os passaportes à Justiça.
Ao sair da cadeia no início da semana, Olarte disse que ele e Andréia vão provar que não cometeram os crimes de lavagem de dinheiro e nem de enriquecimento ilícito, pelos quais foram denunciados e presos. A investigação do casal pelo Gaeco (Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado) começou depois de ser quebrado o sigilo bancário da ex-primeira-dama, assim como de sua empresa, a Casa da Esteticista. A aquisição de imóveis em nome de terceiros seria um dos artifícios para o casal empregar os recursos supostamente obtidos de maneira ilícita quando Gilmar, por 17 meses, de março de 2014 a agosto de 2015, substituiu na Prefeitura o titular do cargo, Alcides Bernal, hoje seu desafeto.
O Gaeco apurou que em um ano e dois meses – de maio de 2014 a julho de 2015 –, Olarte e Andréia compraram três chácaras, cinco terrenos, dois imóveis em condomínio e começaram a construção de casa orçada em R$ 1,3 milhão no residencial Damha 2, em Campo Grande. Além de comprar imóveis usando o nome de “laranjas”, Gilmar e Andréia são acusados de registrar esses bens com valores até 15 vezes abaixo que o de mercado.