Líder em praticamente todas as pesquisas de intenção de voto – à exceção da que foi feita pela Vox Populi -, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) vive duas sensações bem diferentes e opostas quanto às suas chances. Tem a certeza de que sua liderança não será derrubada no primeiro turno das eleições, sobretudo depois que os rivais se embolaram na disputa do segundo lugar e ele se manteve em primeiro, mesmo sem crescer tanto quanto projetava depois da agressão que quase lhe tirou a vida.
Porém, o horizonte é nebuloso para Jair Bolsonaro no segundo turno. Todas as pesquisas indicam que, à exceção de Fernando Haddad (PT), o candidato do PSL perderia num segundo turno para Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e para o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.
O Datafolha divulgou na noite de segunda-feira, 10, projeções para nove cenários de segundo turno na eleição presidencial, considerando os nomes dos candidatos Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). Mas a pesquisa Ibope divulgada terça-feira, 11, com projeções para quatro cenários de segundo turno, apontou equilíbrio entre os concorrentes num presumível segundo turno. As consultas mediram as intenções de voto em confrontos entre Jair Bolsonaro e Ciro Gomes, Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e Marina Silva.
Embora Bolsonaro seja o mais rejeitado entre os presidenciáveis, com 41% dos eleitores dizendo que não votariam nele, e o voto por exclusão ganhe força no segundo turno, houve na consulta do Ibope um empate técnico dentro da margem de erro de dois pontos percentuais em todos os confrontos.
DATAFOLHA
Conforme o DataFolha, Bolsonaro, líder do levantamento no primeiro turno, com 24% das intenções de voto, seria derrotado por todos os candidatos na parte final do pleito, à exceção de Haddad, com quem empataria tecnicamente na margem de erro de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. No segundo turno, quando a lógica do voto por exclusão ganha força, o desempenho eleitoral do deputado federal sofre influência de seu índice de rejeição, de 43%, o mais alto entre os presidenciáveis.
Mesmo após o atentado à faca sofrido por Jair Bolsonaro na quinta-feira passada, 6, a porcentagem de eleitores que responderam não votar nele de jeito nenhum aumentou 4 pontos percentuais. Em uma disputa entre Marina Silva e Jair Bolsonaro, a candidata da Rede tem 43% da preferência, ante 37% do deputado federal. Brancos e nulos somam 18% e eleitores que não souberam responder, 2%.
Quando o adversário de Bolsonaro é Geraldo Alckmin, o tucano aparece com 43% das intenções de voto, contra 34% do candidato do PSL, com 20% de brancos e nulos e 3% de indecisos. No cenário de uma disputa entre Ciro e Bolsonaro, o pedetista tem 45% da preferência e o deputado 35%. Se o adversário é o petista, Bolsonaro fica atrás, mas em distância de empate técnico (39% a 38%).
Em uma disputa entre Ciro Gomes e Geraldo Alckmin, o ex-ministro tem 39% das intenções de voto, empatado tecnicamente com o ex-governador de São Paulo, com 35%. No cenário que opõe Ciro e Marina, o pedetista vence a líder da Rede Sustentabilidade por 41% a 35%. Considerados candidatos no segundo turno Marina e Alckmin aparecem empatados dentro da margem de erro, com vantagem numérica para a ex-ministra: 38% a 37%. Quando o adversário de Marina é Haddad, ela vence o petista por 42% a 31% das intenções de voto. O ex-prefeito de São Paulo também seria derrotado por Alckmin no segundo turno. O tucano aparece com 43% e o petista com 29%.