O ex-secretário estadual de Infraestrutura e ex-deputado federal Edson Giroto e o ex-presidente da Agência de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul (Agesul), Wilson Roberto Mariano, devem prestar contas do que fizeram com R$ 4,7 milhões que teriam evaporado misteriosamente após a sucessão de bloqueio de bens em decorrência do processo da Lama Asfáltica. Este foi o nome dado à operação que desmontou um esquema de corrupção que tinha como líder, segundo a força-tarefa que atuou nas investigações, o ex-governador André Puccinelli.
A Justiça Federal agendou os interrogatórios de Giroto e Mariano para concluir o segundo julgamento da Lama Asfáltica. A sentença sobre a ocultação de R$ 4,385 milhões supostamente desviados dos cofres estaduais na compra de fazenda deve ser publicada até o início do segundo semestre deste ano. Segundo o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, além dos dois réus só faltam duas testemunhas para concluir a audiência de instrução e julgamento.
Elderson Rodrigues da Silva vai ser ouvido no dia 3 de junho deste ano, a partir das 14h, no Fórum da Justiça Federal na Capital. O depoimento de Vaino César da Silva, testemunha de João Afif Jorge, deve ser ouvido em 20 dias em Paranaíba por meio de carta precatória. O interrogatório dos réus será na próxima semana. Giroto, o chefe de obras da Agesul, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, e a esposa do servidor, Maria Helena Miranda de Oliveira, serão ouvidos na terça-feira (14), a partir das 14h.
Na quarta-feira (15), no mesmo horário, o juiz interrogará a filha e o genro de Beto Mariano, respectivamente, a médica Mariane Mariano de Oliveira Dornellas, e o arquiteto João Pedro Dornellas. Em seguida, após as oitivas das testemunhas, que devem ser concluídas no início de junho, o juiz deverá aguardar as alegações finais dos advogados de defesa e do Ministério Público Federal.
FAZENDA MARAVILHA
Nesta ação, os seis réus são acusados de investir R$ 4,385 milhões na compra da Fazenda Maravilha, em Corumbá. Para o MPF, o dinheiro é proveniente do esquema criminoso investigado na Operação Lama Asfática, o maior já investigado na história de Mato Grosso do Sul. Giroto foi condenado a nove anos, dez meses e três dias na primeira sentença da Lama Asfáltica. Preso desde 8 de maio do ano passado, ele corre o risco de ser condenado pela segunda vez e estender a estadia no presídio.
O terceiro julgamento começaria no dia 23 de abril deste ano e seria o primeiro do ex-governador André Puccinelli (MDB) e do empresário João Amorim. No entanto, a audiência foi suspensa pelo desembargador Paulo Fontes até o TRF3 analisar o pedido do filho do emedebista, o advogado André Puccinelli Júnior, para que a ação sobre o pagamento de R$ 22,5 milhões em propinas pela JBS seja transferida para a Justiça Eleitoral.
O 4º julgamento deve ser do processo decorrente da Operação Aviões de Lama, que acusa Giroto e Amorim de venderem aeronave retirada na fase anterior, Fazendas de Lama.