Nos últimos dois anos, o uso das máquinas de cartões de crédito e débito nos pequenos negócios cresceu consideravelmente. Conforme pesquisa feita pelo Sebrae entre 10 de setembro e 3 de outubro deste ano, mesmo com a oscilação da situação econômica do país, o aumento na utilização deste meio de pagamento foi de 19% em relação a 2016. A segurança e o faturamento são citados como importantes benefícios da utilização dessas máquinas, além da satisfação do cliente. As máquinas de cartão têm sido mais adotadas pelos empresários do comércio, os mais jovens e mais acentuadamente nas microempresas.
De acordo com a pesquisa Sebrae de 2016, que ouviu 3.348 donos de negócio, a proporção dos empresários de pequenos negócios que utilizavam cartões em 2016 era de 39%, tendo subido agora para 46% este ano. Esse forte crescimento pode ser comprovado também pelo fato de que 37% dos empreendedores entrevistados começou a fazer uso da máquina de cartão na empresa nos últimos dois anos. Entre os MEI esse avanço é ainda mais notável: 54% dos MEI passaram a usar as maquininhas nesse período.
A principal explicação para esses avanços foi o crescimento da concorrência: novos operadores oferendo maquininhas sem aluguel e com taxas mais baixas tornaram mais econômico para os pequenos negócios adotar os cartões de débito e crédito. Para cerca de 80% dos MEI a escolha da máquina se deve ao fato de não ter de pagar aluguel da maquininha e/ou às taxas mais baratas.
“Apesar do avanço no uso das maquininhas nos últimos anos, há muito espaço para ampliar a utilização deste meio de pagamento entre os pequenos negócios. Mais do que reduzir taxas e melhorar condições de antecipação de vendas, é necessário também aumentar a conscientização sobre o uso das máquinas de cartão, pois percebemos que há desconhecimento sobre esta forma de recebimento por muitos empresários de pequenos negócios”, analisa o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
NOVO MODELO
De 2016 a 2018 a pesquisa constatou que o mercado de cartões para pequenos negócios sofreu uma alteração drástica. A participação dos dois operadores tradicionais do mercado, Cielo e Rede, caiu de 86% para 46% dos empresários que possuem máquina de cartão. A PagSeguro, atual líder com 35%, possuía apenas 16% em 2016. De acordo com Afif, foi justamente esse operador que mais agressivamente contestou o mercado de máquinas de cartão oferecendo maquininhas sem aluguel.
“No caso dos MEI, sua participação atingiu 54% dos que possuem máquina de cartão em 2018, evidenciando que esse novo modelo de negócio se tornou dominante nesse grupo de empresários e explica a ampliação na adoção da maquininha. Considerando que no período mais recente os concorrentes tradicionais acabaram por aderir a esse modelo, é de se esperar que os MEI passem a aceitar cada vez mais os cartões”, afirma.