De nada tem adiantado ao consumidor ou usuário reclamar, ponderar, protestar e até mesmo ir ao Ministério Público e ao Judiciário – não há como, por meios legais e civilizados, livrar-se da cobrança mensal e implacável da Cosip (Contribuição com os Serviços de Iluminação Pública), mais um meio de arrecadação que a concessionária de energia elétrica, Energisa, e a Prefeitura, comandada pelo prefeito Marquinhos Trad, utilizam para sangrar as economias mais pobres de Campo Grande.
O pior é que não se trata de contribuição. Na verdade, este nome é maquiagem para a drenagem criminosa de dinheiro do contribuinte, porque em vez de taxa é uma “contribuição” forçosamente arrancada de todo e qualquer morador da cidade, esteja ele atendido ou não por serviços de iluminação pública que o beneficiem diretamente. Por exemplo: quem mora num dos bairros sob a escuridão, sem rede de iluminação pública e correndo todo tipo de riscos, paga no fim do mês por um benefício que não tem.
A Câmara Municipal de Campo Grande criou uma comissão para acompanhar todo o processo de aplicação e arrecadação da Cosip. A maioria dos parlamentares já se posicionou contra esse tipo de cobrança. O vereador Dr. Lívio (PSDB), que preside o colegiado, apresentou relatório salientando que a contribuição, um dos itens de composição da grade tarifária dos custos de energia elétrica, afeta a todos. “Temos que revisar a Cosip com base nos serviços prestados. A Energisa fez uma estimativa de economia com a colocação de lâmpadas de led, pois gastam menos energia, mas vimos um aumento no consumo da iluminação pública”, pontuou.
No entanto, o que mais chama a atenção é que a Cosip está entre as medidas que mais penalizam os campo-grandenses e o prefeito dá as costas às queixas do povo que o elegeu. Quando era deputado estadual, em todo o seu mandato Marquinhos Trad foi um dos principais interlocutores nas questões envolvendo o direito do consumidor e chegou a atuar fortemente no caso das tarifas de energia. Era crítico contumaz da Cosip. Hoje, com o mandato de prefeito, e à sombra dos reais gerados por receitas como a Cosip, a taxa de lixo e o IPTU, entre outros, refestela-se surdo à agonia de gente que acreditava nele e agora sente o peso da verdade sobre quem é quem.